👉 Hermano Monteiro
Lead Designer @ Clipboard Health
Nesta edição da PackLead, quem abre as portas do seu processo criativo é Hermano Monteiro, designer e product manager na Clipboard Health. Antes de cruzar fronteiras com seu trabalho em uma healthtech americana, Hermano liderou iniciativas na Localiza e passou por consultorias em São Paulo, sempre com um olhar afiado para design de produto, estratégia e experiências digitais.
Hermano se define como um designer multidisciplinar que cresceu assistindo animes e desenhando robôs gigantes que não cabiam em um só caderno. Hoje, seu caderno é o mundo. Ele combina criatividade, sensibilidade e método para transformar ideias em produtos que fazem diferença.
Nesta conversa, ele fala sobre carreira, transições e criação com propósito. Uma entrevista muito boa para encerrar a semana com pé direito.
🎙️ Como foi o processo de tomar a decisão entre ser um contribuidor individual ou buscar a carreira de gestão? O que você levou em consideração para tomar essa decisão?
Pra ser honesto, não foi uma decisão muito planejada. Eu era o único product designer em um projeto que cresceu muito rápido. Aos poucos fui me envolvendo em um planejamento aqui, uma contratação ali, e quando me dei conta era uma liderança informal de um time pequeno.
O mais curioso é que eu achava que não servia pra liderança. Que eu era alguém que funcionava melhor sozinho, trabalhando de forma isolada, com poucas interações.
Mas eu entendi que, na verdade, eu sou “apenas" introvertido, e que isso não tem nada a ver com não gostar de trabalhar com pessoas. Pelo contrário: percebi que eu tinha uma facilidade inesperada pra ajudar o time a se alinhar em uma visão de produto, fortalecer boas práticas de design e o mais importante, criar um clima leve de trabalho.
Essa experiência me fez questionar se eu queria voltar ao caminho de colaborador individual, onde eu tinha mais profundidade no meu próprio trabalho, ou abraçar de vez a liderança, explorando esse meu outro lado de trabalho que eu não conhecia.
Eu tinha medo de me distanciar do design, do “craft” da coisa. Afinal, eu gostava (e ainda gosto) de ficar horas afins num hiperfoco pra decidir exatamente quantos pixels de raio um frame deve ter pra manter equilíbrio visual quando aninhado dentro de outro frame com outro raio maior. E amo isso. Mas percebi que o que me dá mais satisfação hoje não é só desenhar bons produtos, mas ajudar outras pessoas a fazerem isso juntas, multiplicando o impacto. Claro que foi (e é) cheio de desafios. A parte operacional, burocrática e de métricas nunca foi onde eu me sinto mais confortável, mas mesmo isso virou aprendizado.
Tive algum alívio e um pouco mais de segurança, quando fiz o teste “Descubra seus pontos fortes” do Don Clifton na Gallup, e o resultado mostrou que meus 6 maiores pontos fortes estão no tema relacionamentos.
Vou soar bem piegas, mas no final das contas, o que me fez ter certeza de continuar como liderança foi o próprio time. Eu aprendi mais com eles do que eles imaginam. A sinergia que a gente construiu, o clima leve e, principalmente, ver a individualidade de cada um brilhando do seu jeito me deu mais orgulho do que qualquer projeto no meu portfolio. Liderar pra mim é isso: criar times incríveis que fazem coisas incríveis.
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