Onboarding é estratégia
📦 Pack Lead, Ed. 52 @ 2025
Recentemente, a convite da UserGuiding, falei sobre onboarding em produto e sobre como um tema aparentemente simples pode ser difícil de executar quando não o tratamos como parte estratégica da experiência.
No fim das contas, onboarding é receber e orientar alguém que está usando seu produto pela primeira vez, certo? Mais ou menos.
Um onboarding realmente bom pavimenta e acelera o caminho entre conhecer o produto e perceber valor. Ele reduz atrito, aumenta clareza e funciona quase como um funil de aquisição condensado. É ótimo para o cliente, claro, mas também é uma ferramenta poderosa para o negócio. Clientes bem orientados gastam mais. Isso é matemática.
Mas como construir meu primeiro onboarding?
Se onboarding é conexão, o passo mais importante não é desenhar telas. É entender e elaborar os pilares que sustentam a experiência: quem é seu cliente, quais momentos importam e qual é o formato certo para cada situação. Calma que explico melhor.
👉 Entender seus clientes
Onboarding é, antes de tudo, sobre remover ruído. Para isso, você precisa saber onde as pessoas tropeçam e o que elas buscam. Morgan Housel diz: “Todo comportamento faz sentido quando há informação suficiente”. Com contexto, decisões que parecem incoerentes ganham lógica.
Entender seu cliente muda a forma como você projeta. Um estudante tem necessidades diferentes de alguém aposentado. Quando você sabe quem está do outro lado, cria abordagens mais eficientes e mais respeitosas com o tempo da pessoa.
Use os dados que já tem ou faça perguntas simples no início da jornada, como: “Qual é seu objetivo principal hoje?” ou “Você já usou algo parecido?”. Entender o público que chega ao seu produto molda o onboarding inteiro.
👉 Identificar os momentos-chave
Depois de entender quem chega, descubra quando essa pessoa percebe valor. Esses momentos raramente aparecem em reuniões. Eles se revelam no dia a dia, por isso é importante observar e estudar comportamentos.
A pergunta que guia essa etapa é: qual é o menor esforço que o usuário pode fazer para sentir o maior benefício possível?
O livro The Power of Moments diz: “Some moments are vastly more meaningful than others”. Nosso cérebro lembra dos picos, dos vales e das transições.
Então, qual é esse momento no seu produto? A primeira compra? O primeiro treino? A chegada do cartão? Produtos diferentes, momentos diferentes. E, se ainda não houver um momento claro, tudo bem. Você pode criar. Onboarding também serve para isso: guiar o cliente até algo que vale a pena lembrar.
👉 Combinar formatos
Com clientes e momentos definidos, falta responder: qual é o melhor jeito de conduzir essa jornada?
Pessoas aprendem de formas diferentes. Algumas preferem vídeos, outras textos. Seu onboarding deveria refletir essa diversidade. O tour guiado é só uma opção. Às vezes um checklist é melhor. Ou uma tooltip. Ou uma pesquisa rápida.
Sua tarefa é combinar formatos de acordo com o contexto e com o que o usuário precisa naquele instante.
A UserGuiding, parceira dessa newsletter, oferece várias possibilidades: tours, checklists, pesquisas in-app, tooltips, fluxos personalizados. O melhor formato depende do momento e do cliente, não de uma regra fixa.
No Nubank, por exemplo, os primeiros 60 dias de um cliente são recheados de micro-experiências: fluxos, checklists, missões, emails, tooltips. Nada disso é aleatório. Cada abordagem responde a um momento específico. E usar uma não impede de usar outra.
Estrutura viva
Construir um bom onboarding é sobre intenção. Você entende quem é seu cliente, identifica os momentos que importam, escolhe os formatos certos e aprende com o comportamento real. Tudo isso de forma consciente, porque onboarding é uma estrutura viva.
Ele evolui com o produto e com as pessoas. O que funciona hoje talvez não funcione amanhã. E tudo bem. O objetivo é sempre o mesmo: reduzir incerteza e aproximar o cliente do valor que seu produto ou serviço oferece.
E eu sei que no mundo real criar um sistema robusto de onboarding exige tempo e dinheiro. Por isso digo sem medo: se existe uma solução especializada que resolve essa dor sem tirar o foco do que importa, você precisa considerar.
A UserGuiding pode ser essa parceira, viu? Uma plataforma robusta e fácil de usar que te permite construir, testar e iterar rápido, enquanto seu time foca no essencial: entregar valor. [ Se você quiser ver mais: vem aqui ]
O onboarding é importante demais para ficar preso na fila de desenvolvimento. Por isso, não deixe que o meio atrapalhe o impacto que seu produto pode gerar desde o primeiro contato. Uma boa estratégia de onboarding sustenta impacto!
🗂️ Liderança
Todo mundo sabe que delegar faz parte do trabalho de qualquer gestor. Mas, à medida que você avança na carreira, o jogo muda: liderança sênior não é mais só distribuir tarefas, é se tornar o ponto que reforça o que realmente importa. David chama isso de becoming the consequence. E, neste artigo, ele explica por que esse papel é tão essencial quanto desconfortável.
Muita gente confunde cargo com liderança. Mas, na prática, a maioria dos profissionais opera em três lógicas bem diferentes: IC, gestor ou líder. E só a última realmente move uma organização para frente, justamente porque liderança de verdade é rara.
What Actually Makes You Senior
O poder de um profissional de produto sênior está, claro, nas habilidades técnicas e comportamentais. Mas o que realmente diferencia alguém experiente é a capacidade de reduzir ambiguidades. Transformar problemas nebulosos em planos claros é o que move o ponteiro.
🗂️ Negócios
Crafting a Technical Strategy That Actually Works
Este é um texto sobre engenharia, mas calma, todo mundo precisa de uma estratégia técnica clara. Quando não existe um norte comum, cada time segue seu próprio instinto e a organização começa a perder coerência. Neste artigo, Kevin Goldsmith explica como criar uma estratégia que alinha negócio, arquitetura e pessoas
How Figma Put People at the Center of Its AI Product
Ferramentas de IA estão mudando o jeito de construir produtos. Todo mundo pode transformar uma ideia em algo funcional, o que deixa o mercado mais acessível. Neste artigo, o Figma mostra como colocou as pessoas no centro do processo ao criar o Figma Make, do protótipo à validação.
🗂️ Bônus
Elizabeth Goodspeed on the Importance of Taste
Com ferramentas, templates e tutoriais por toda parte, a parte técnica do design nunca foi tão acessível. O que falta agora é outra coisa: gosto. Neste artigo, Elizabeth Goodspeed argumenta que, num mar infinito de possibilidades, saber escolher importa mais do que saber executar.
Se você não tem o hábito de ler em inglês, tudo bem.
Use o ChatGPT que é sucesso. 🧡
Obrigada por acompanhar esta edição.
Um grande abraço,
Kakau


